Archive for the Chef de cuisine Category

A sessentona rainha do punk

Posted in Chef de cuisine with tags , , on julho 1, 2008 by claesen

Quem vê a foto acima pode até imaginar que se trata apenas de mais uma avó descolada, daquelas que dividem as mesmas drogas com os netos ou se acabam na academia e têm um namorado 30 anos mais novo. Não. Esta não é qualquer “senhora”. É Debbie Harry.

Nascida em Miami, Debbie cresceu em Nova Jersey, mas foi quando se mudou para Nova York, no final dos anos 60 que sua vida mudou. Lá, ela foi secretária, atendende do Dunkin’ Donuts e garçonete, até começar a sua carreira musical. E, com a sua terceira banda, em meados dos 70’s, ela conheceria a fama e o sucesso em todo o globo. Nascia o Blondie.

Frequentadora assídua do Studio 54, amiga de Andy Warhol, seu estilo era invejado e imitado por todas (e todos também!). O som do Blondie originava-se no punk, a grande referência da década de 70, e fazia a passagem para o new wave, que dominaria a década seguinte.

O Blondie era novo, era cool, era rock, era disco. Com sintetizadores dominando em Call Me ou com o primeiro rap a chegar ao número 1 da parada da Billboard, Rapture, ninguém na virada para os anos 80 soava como eles.

Com uma carreira solo de menor expressão, após o término da banda, Debbie continuou fazendo abarrotadas apresentações e participações no cinema como em Hairspray (1988), no papel que no remake do filme, no ano passado, parou nas mãos de Michelle Pfeiffer, e em Minha Vida Sem Mim (2003).

Em 1999, ela voltou com a banda, fazendo um retorno digno, de onde saíram o hit Maria e a deliciosa Good Boys. Mais um álbum com o grupo depois, Debbie lançou Necessary Evil, em 2007, de novo em carreira solo, vendendo pouco, mas provando que ainda sabe fazer canções de deixar muitas Avril Lavignes da vida enrubescidas de vergonha.

Hoje, a rainha do punk e também a inspiração máxima da rainha do pop, Madonna (como a própria já cansou de admitir), faz 63 anos. De couro e pulando no palco, como em Detroit 442, ou fazendo cara de tédio em seu vestido verde de seda, como em Heart Of Glass, Debbie Harry é incomparável e uma lenda do rock’n’roll.

Patsy Stone fica mais velha (mas mantém o penteado)

Posted in Buffet variado, Chef de cuisine with tags , , , , on maio 1, 2008 by claesen

A Inglaterra é pródiga em bons comediantes. Que o digam Monty Python e seus inúmeros sucessos na tevê e no cinema, os quais formaram um legião de seguidores – inclusive no Brasil.

A série Absolutely Fabulous surgiu bem depois (no início da década de 90) e, se não conquistou a tela grande como seus antecessores, deixou sua marca e virou referência cult em boa parte do planeta.

Ab Fab, para os íntimos, girava em torno de duas personagens deliciosas, de tão surreais: Edwina Monsoon (Jennifer Saunders), uma decoradora de interiores atrapalhada e consumista e Patsy Stone (Joanna Lumley), uma editora de moda alcoólatra e pedante.

Melhores amigas? Desde sempre. Traços em comum? Todos: o humor ácido, os venenos contra o mundo da moda, os vícios, o desprezo por todos (inclusive pela própria filha de Edwina!!), as orgias sexuais do passado, as drogas, as compras, as manias, os inimigos, as gafes com as celebridades, os barracos, enfim!

Poucas séries de tevê puderam se dar ao luxo de irem tão fundo no sentido denotativo da expressão “politicamente incorreto”.

Lá se vão onze anos desde que a conheci pelo canal Eurochannel nas noites de terça-feira, mas Patsy continua a mesma: com uma garrafa de vodca na mão e um cigarro na outra, com seus figurinos da Harrod’s e seu penteado a la Ivana Trump. E hoje a loira faz aniversário. A idade? Bom, Patsy Stone conhece os segredos de todos e como eu não tenho um passado tão imaculado quanto o de uma Grazi Massafera da vida, é melhor não mexer com ela, não é?

As mil faces de Julianne

Posted in Chef de cuisine with tags on abril 16, 2008 by claesen


Julianne Moore, a melhor atriz do globo terrestre (quiçá de outros lugares da galáxia também), foi clicada por Peter Lindbergh para a edição de maio da revista Harper’s Bazaar.

A atriz, de 47 anos, participou de um ensaio no qual recriou várias pinturas clássicas e contemporâneas famosas. Difícil escolher apenas algumas para postar aqui.

Nascida na Carolina do Norte, sul dos Estados Unidos, e morando em Nova York há 25 anos, na entrevista ela diz, entre risos, que gosta de parecer cool, mas sem ser muito notada. Deliciosamente franca, ela discorre sobre vários assuntos. A respeito dos presidenciáveis, ela teme John McCain. “As pessoas não percebem o quanto ele é conservador. Ele é muito, muito conservador.”

Cinco vezes indicada ao Oscar e com um curriculum que inclui uma ex-atriz pornô em Boogie Nights, uma esposa e mãe que faz uma escolha dolorosa e inexorável em As Horas e uma ricaça decadente que transa com o próprio filho em Savage Grace, seu próximo trabalho, prestes a sair do forno, é Blindness – Cegueira, novo filme de Fernando Meirelles, pelo qual seu nome já ronda as prévias do Oscar para 2009.

Segundo ela, o que mais a desaponta na vida é a sua interpretação. “Minhas expressões são sempre as mesmas. Eu tento fazer algo diferente e, quando assisto, percebo: é sempre a mesma cara! Sempre o mesmo olhar. Há coisas que você não pode mudar e você sempre fica com a mesma cara.”

Ok, Julianne, eu não sei se você é louca ou a pessoa com a maior auto-crítica do mundo, mas, acredite, você nunca é a mesma! Pois não há atriz mais próxima da perfeição do que Julianne Moore.

100 anos da maior vilã de todos os tempos no cinema

Posted in Chef de cuisine with tags , , on abril 5, 2008 by claesen

Se estivesse viva, Bette Davis completaria hoje 100 anos. Nascida Ruth Elizabeth Davis, em 05 abril de 1908, ela nem precisou de muita criatividade para inventar um nome artístico, algo tão comum no cinema antigamente como comprar sacos de pipocas de 2kg no Cinemark hoje em dia.

Há tantos fatos e mitos a respeito de Bette que só com algumas dezenas de posts poderíamos ser justos com a sua memória.

Recebeu, no total, dez indicações ao Oscar, cinco delas consecutivas, entre 1939 e 1943. Venceu duas vezes – em 1936, por Perigosa e em 1939 por Jezebel. E jamais escondeu de alguém a frustração por não ter vencido uma terceira.

Bette Davis nunca dissociou-se de sua imagem de vilã. Para nós brasileiros, um dos seus filmes foi co-responsável por eternizar esta fama: All About Eve. Vencedor de 6 Oscar em 1950 (incluindo melhor filme), ele ganhou o título de A Malvada no Brasil. Além de ter se distanciado do nome original, ele deixou que muita gente pensasse (e isso até hoje) que “a malvada” do título era Bette. Num dos melhores roteiros e ponto de partida para muita coisa que se escreveu no cinema depois dele, em A Malvada, Anne Baxter (A Eve do título original) passa por cima de tudo e todos, inclusive de Margo Channing (Davis), para conseguir o seu objetivo: fama e poder.

Corre a lenda de que foi Bette quem apelidou o Academy Awards de Oscar, em homenagem a seu primeiro marido. Uma das recusas mais célebres para um filme foi dela, deixando Scarlett O’Hara em E O Vento Levou para Vivien Leigh.

Famosos também eram seus desafetos. Nunca foi segredo para ninguém que ela e Joan Crawford não se suportavam. Em uma entrevista, alfinetou: “Why am I so good at playing bitches? I think it’s because I’m not a bitch. Maybe that’s why Joan Crawford always plays ladies.”
Muitas histórias de bastidores, claro, envolveram ambas quando filmaram o excelente O Que Teria Acontecido a Baby Jane? (1962). Elas interpretam duas irmãs, uma delas presa numa cadeira de rodas, envoltas em rancores, mágoas, nostalgia do sucesso de outrora e puro sadismo.

Bette Davis, uma das maiores lendas do cinema, uma das 10 melhores atrizes de todos os tempos, morreu em 1989, de câncer nos seios. Sobre o fim, ela discorreu: “I want to die with my high heels on, still in action”.

E ela ainda está em ação. Não só quando assistimos a um de seus mais de 90 filmes. Quem mais poderia ser título de uma das canções pop mais vendida de todos os tempos?