Arquivo para maio, 2008

Leonera: una perdedora buena

Posted in Al dente with tags , , on maio 30, 2008 by claesen

Além do frio que nao se deixa passar despercebido e do perigo que é acreditar nas faixas de pedestres, o que pode também chamar a atençao em Buenos Aires sao os cartazes que anunciam Leonera.

O longa do argentino Pablo Trapero, que estreiou ontem em terras portenhas (por aqui, os lançamentos ocorrem às quintas-feiras),  pode ter saído de mãos vazias do Festival de Cannes, mas as críticas dos jornais locais o avaliam entre bom e excelente.

Protagonizado por Martina Gusman (favorita à Palma de Ouro, a qual foi perdida para a brasileira Sandra Corveloni) e Rodrigo Santoro, o thriller fala do envolvimento entre suas personagens, Julia e Ramiro, que têm em comum a relaçao com o ex-marido de Julia.

Esse parece ser mais um exemplar do bom cinema argentino. A ver.

Si, ella me persegue

Posted in Buffet variado with tags , on maio 28, 2008 by claesen

Para quem tem os ouvidos acostumados a Ladytron, Raveonettes ou no máximo Madonna, está difícil sair às ruas e ouvir apenas… Shakirita!!

Ela nao é argentina tampouco lançou cd novo, mas, onde quer que você esteja em Buenos Aires, só dá essa mulher.

Desse jeito, voy a volver a Brasil rebolando mis cuadris, con cabellos rubios y con la cinturita bien delgada. É, acho que retornarei com um bom up grade!

Sandra Corveloni ganha melhor atriz em Cannes

Posted in Petiscos with tags , , , , on maio 25, 2008 by claesen

Dos meus tempos de teatro, uma das grandes referências e aprendizados que guardei foram as aulas que tive com Sandra Corveloni. Por quê será que mesmo sabendo a excelente atriz que esta moça é, eu ainda fiquei tão surpreso ao ver hoje o anúncio dos vencedores da edição 2008 do Festival de Cannes?

Sandra Corveloni, atriz de teatro, com atuações memoráveis no Grupo Tapa, levou a Palma de Ouro no festival de cinema mais badalado do mundo por Linha de Passe, longa de Walter Salles e Daniela Thomas. Ela junta-se ao time de Isabelle Hupert, Helen Mirren, Meryl Streep, Maggie Cheung e Fernanda Torres, vencedora em 1986.

Emocionou-me muito esta notícia. E, se não tivesse me decidido pela carreira jornalística, hoje poderia colocar no meu currículo de ator com muito orgulho: tive aula e fui dirigido pela melhor atriz do Festival de Cannes. E ponto.

Segue trailer do espetáculo Amargo Siciliano, o qual tem Sandra no elenco, e está em cartaz no Viga Espaço Cênico, em São Paulo. Parabéns, querida!

Top 10 – Os melhores videoclipes com atores famosos

Posted in Buffet variado with tags , , , , , , , , , on maio 24, 2008 by claesen

Inaugurando uma sessão que me é muito cara – as listas (sim, sou viciado nelas) – depois de uma boa pesquisa (e um pouco de memória também) eis que surge o posto mais longo do Digestão. Porém, para aqueles que reclamam ou alegam preguiça quando vêem mais de 100 caracteres juntos, uma boa notícia: o post é longo devido às imagens e não às palavras contidas nele. Fiquem calmos.

Aqui estão os 10 melhores vídeos com os coadjuvantes mais famosos do planeta. Não foram considerados vídeos cujas canções são parte da trilha de filmes, ok? E, caso tenha esquecido algum, não tenha dúvidas: use o espaço chamado Comentários. Ele é todo seu.

PS: O vídeo do Justin Timberlake, What Goes Around Comes Around, apesar de cinematográfico e da bela Scarlett Johansson não foi considerado, pois o mesmo não está disponível para a incorporação no blog. 🙂

#10 Rolling Stones – Anybody Seen My Baby
Atriz Convidada: Angelina Jolie

A carreira da atriz estava apenas despontando, em 1997, quando ela atravessava as ruas de Nova York e bancava a stripper num clipe cheio de estilo e ótima fotografia.

#9 Sonic Youth – Sunday
Ator Convidado: Macaulay Culkin

Depois do fenônemo Esqueceram de Mim e antes de virar ícone gay com o filme Party Monster, o loirinho fazia pose e beijava a namorada ao som de Kim Gordon e cia.

#8 Paula Abdul – Rush Rush
Ator Convidado: Keanu Reeves

No auge da sua carreira de sex symbol, com Caçadores de Emoção e Garotos de Programa, o libanês Keanu beijava a hoje jurada do American Idol, que em 1991 liderava a Billboard e metralhava em todos os cantos a balada do ano.

#7 U2 – Electrical Storm
Atriz Convidada: Samantha Morton

Em cartaz com Control, num vídeo dirigido pelo mesmo diretor do filme, Anton Corbijn, a atriz britânica faz um par dramático e caliente com o bonitão Larry Mullen.

#6 Paralamas – Ela Disse Adeus
Atriz Convidada: Fernanda Torres

Homenagem ao cinema mudo no que eu considero o melhor vídeo nacional já feito. Fernanda encarna uma esposa que, cansada do que a vida lhe apresenta, não hesita, toma uma atitude. Ou três.

#5 Aerosmith – Crazy
Atrizes Convidadas: Alicia Silverstone e Liv Tyler.

Alicia completa aqui uma trilogia com a banda (os outros dois foram Cryin’ e Amazing) de vídeos muito bacanas e que marcaram época nos ’90. Neste, ela tem a companhia da filha de Steven Tyler, Liv, que, revelada neste vídeo, foi para a telona depois. Bancando duas colegiais que fogem da escola para viverem aventuras pela vida, elas deixaram muitos marmanjos animados na época, com certeza. rs

#4 Madonna – Bad Girl
Ator Convidado: Christopher Walken

David Fincher, hoje cineasta badalado (Clube da Luta, Zodíaco), teve inúmeros vídeos memoráveis em sua carreira no meio musical. Neste vídeo sombrio, Madonna encarna a devoradora de homens, fetichista e amargurada e Christopher, seu anjo da guarda. Atente para o final: edição e clima impressionantes. Inesquecível.

#3 Tom Petty – Into The Great Wide Open
Atores Convidados: Johnny Depp e Faye Dunaway

Em 1991, Johnny Depp já tinha o seriado Anjos da Lei na bagagem e sua carreira cinematográfica começava a tomar forma com Edward, Mãos de Tesoura. Não havia opção mais adequada do que Depp para encarar esse rock star problemático. De quebra, Faye Dunaway como a empresária.

#2 Badly Drawn Boy – Pissing In The Wind
Atriz Convidada: Joan Collins

Quem melhor do que Joan Collins, a rainha das soap-operas americanas, para viver uma socialite em crise que precisa de um empurrãozinho para a sua noite acontecer? Canastrona, dramática, sofisticada, aliada à melhor canção de 2001.

#1 Fatboy Slim – Weapon Of Choice
Ator Convidado: Christopher Walken

E dá-lhe Christopher. Sua segunda participação no top ten é memorável. Vídeo ganhador de inúmeros VMAs, tem deliciosa fotografia, direção de arte e efeitos visuais e uma idéia genial. Atuação e vídeo históricos.

Death Cab se extende, mas não enjoa

Posted in Al dente with tags , , , on maio 20, 2008 by claesen

Saiu o primeiro vídeo do recém-lançado álbum do Death Cab for Cutie, Narrow Stairs.

A banda americana é bem bacaninha e ficou famosa quando suas músicas tocavam ou a própria banda aparecia no extinto seriado (arrgh) The. O.C., da Warner, que valia mesmo só pela trilha sonora.

Difícil decidir o que é mais singelo: se a letra, a melodia ou este clipe encantador de (sim) oito minutos e meio.

Segue o refrão e o clip da linda I Will Possess Your Heart (E a crítica do álbum eu fico devendo, Lipp):

You got to spend some time, love
You got to spend some time with me
And I know that you’ll find love
I will possess your heart

Duffy homenageia a titia

Posted in Sugestão da casa with tags , , , on maio 19, 2008 by claesen

Num momento totalmente Papel Pop, o Digestão traz Duffy, a queridinha das paradas britânicas, fazendo um cover da moça que já levou malho até de Vanilla Ice, no programa Radio 1 da BBC.

A canção é Borderline, primeiro single de Madonna a entrar no Top 10 americano em abril de 1984. E veja você: dois meses antes da própria Duffy nascer. rs

Mesmo segurando a letra nas mãos e com essa cara de atriz pornô americana que vai ao mercado comprar xarope de Maple pras panquecas do maridão cafajeste, ela deu conta do recado.

Os fantasmas de Ian Curtis

Posted in A la carte with tags , , , , , , , on maio 18, 2008 by claesen

Como entender alguém que está prestes a chegar ao auge de sua carreira e resolve deixar cair o pano? Com essa pergunta na cabeça eu fui assistir a Control, longa de Anton Corbijn, que estréia na próxima sexta no Rio e em São Paulo.

O filme conta a história de Ian Curtis. Britânico de Manchester, Ian monta uma banda com seus amigos, influenciado pelos ícones que dominavam a cena musical de meados dos anos 70, como David Bowie, The Clash, Lou Reed e Iggy Pop. Nascia o Joy Division.

A banda e seu casamento precoce com Debbie Curtis eram os pilares de sua vida. Mas enquanto o grupo despontava, sua relação arruinava-se. A biografia de Debbie, Touching from a Distance, foi o material fundamental para o diretor construir o mosaico de relações e paixões do jovem músico.

Fotógrafo famoso e sempre ligado ao mundo da música, o holandês Anton Corbijn afirma que foram as canções do Joy Division que o fizeram trocar a terra dos moinhos pela Inglaterra em 1979. De fã passou a colaborador da banda e são dele algumas das fotos mais famosas de Ian Curtis. Com uma carreira que inclui capas para revistas conceituadas como Esquire, Rolling Stones, Mojo e Time Out, de singles de nomes estrelados como U2, R.E.M. e Morrissey, no entanto, é com os seus videoclipes que o nome de Corbijn costuma ser associado. Do bizarro ao soturno, o holandês fez trabalhos marcantes com (clique na banda para ver o clip) Echo & The Bunnymen, Nirvana, Front 242 e Roxette. Mas é com o Depeche Mode a sua parceria mais longeva: entre 1986 e 2005 trabalharam juntos em 19 videoclipes, marcados ora pelo preto-e-branco, ora pelas cores fortes, como o laranja, e cheios de sombras e imagens desfocadas.

A fotografia é peça fundamental em Control. O diretor, estreante na direção de longas, assumiu preferir tons monocromáticos e não tem dúvidas de que o velho p/b é o que mais caracteriza Ian Curtis. Do elenco, destacam-se as peças-chave: Sam Riley, vivendo o músico e Samantha Morton, a esposa. Riley preparou-se seis meses para o papel e, assim como o resto dos atores que compõem a banda, realmente toca e canta no filme. Samantha é das britânicas clássicas: se entrega ao papel sem medo e tem uma carga dramática que lembra Emily Watson.

Com crises constantes de epilepsia, mas uma doença que pode ser controlada, e com um casamento naufragando, quando apaixona-se pela belga Annik, a pergunta do início do post volta à tona. Seriam estes motivos suficientes para o músico de 23 anos acabar com a própria vida?

O suícidio, o ato mais feroz e deseperado que uma pessoa pode cometer na vida, dificilmente consegue ser explicado em qualquer caso. Não seria diferente com Ian.

Pressionado em conseguir resolver as histórias com as duas mulheres mais importantes de sua vida? Refém de algum problema neurológico depois de tantas drogas preescrevidas pelos médicos para sua epilepsia? Incontrolável medo do sucesso que chegaria a níveis estratosféricos após a turnê que a banda faria nos EUA em poucos dias? Não se sabe.

Tirar a própria vida, longe de um ato covarde, é, sim, um ato solitário e de extrema coragem. Semelhante a uma declaração dada por um dos músicos na época do lançamento do filme no Festival de Cannes de 2007, me vêm à cabeça uma frase de Van Gogh, “o suicida faz com que os amigos e familiares sintam-se os seus assassinos.” Sinais são mostrados sem que tomemos conhecimento da gravidade. Mas, apesar disso, com os medos e frustrações mais secretos só a própria pessoa pode lidar.

Talentoso e deprimido, os olhos e as letras de Ian Curtis combinam com as últimas palavras de Van Gogh, depois do pintor atirar contra o próprio peito: A tristeza durará para sempre.



Cotação (de 0 a 5); 4,0 – Petit four

PS: Tomo a liberdade de dedicar este post a quem infelizmente associo a este assunto e a boa parte do que escrevi aqui. Uma das pessoas mais brilhantes que conheci. Em 18 de maio de 1980, Debbie e os fãs perdiam Ian Curtis. Não tanto tempo atrás assim, eu perdia João Xavier. Nem mil posts renderiam uma homenagem à altura da importância que você teve na minha vida. Você se foi, mas a dor continua para sempre, João.

Para onde você vai, Speed Racer?

Posted in A la carte with tags , , , , , on maio 14, 2008 by claesen

Em época de tantos doces como no nome da banda pop-disco Glass Candy e no álbum de Madonna, Hard Candy, o qual, aliás, abre com a faixa Candy Shop, só uma coisa me vinha à cabeça durante a exibição de Speed Racer: candies.

Dirigido e escrito pela dupla Andy e Larry Wachowski (da trilogia Matrix), o longa lembra um enorme pote de balas com suas mil cores estourando pela tela. Não é preciso nem 15 minutos (dos seus intermináveis 135) para descobrir onde essa doceria vai dar.

Os irmãos diretores fizeram uma opção clara pelo farsesco. Tudo está acima do tom: as cores, os sorrisos, interpretações, cenário. Repleto de efeitos visuais, eles não tinham, como na maioria dos casos, nenhuma intenção que isso parecesse real (pelo menos, é melhor acreditar que não tiveram. rs).

A história, que estreou como desenho animado em 1967 na tevê americana, foi transportada para o cinema com os mesmos personagens originais e centrada, claro, no herói que dá nome ao filme. Speed é um garoto íntegro, família e habilidoso que dirige seu Mach 5 pelas corridas de carros, driblando os magnatas das empresas, os quais tramam vitórias, fajutam provas, fazem conchavos e esmagam os inimigos.

Em alguns momentos fica difícil saber se você está assistindo a um filme, um desenho ou a um video game. Seria o efeito do tal look “retrô-futurista” que o produtor Joel Silver queria dar? Humpf.

No elenco (totalmente mal escalado): Susan Sarandon (sim, ela erra às vezes; alguém se lembra de Lado a Lado com a Julia Roberts?), Christina Ricci (num papel tão errado quanto a Hilary Swank em Dália Negra – ambas são tão sexy quanto uma escova de dentes) e Emile Hirsch (a melhor atuação do cinema no ano passado – por Na Natureza Selvagem – tão disperdiçado que seus melhores momentos resumem-se em pôr e tirar o capacete).

Enfim. Num dia em que é aberta a 61ª edição do Festival de Cannes, quando, aliás, já estava sendo cobrado para falar dele, eu resolvo assistir Speed Racer. É, a vida é cheia de incoerências mesmo.

Ah, e os doces? Estamos mais para empanadas no momento. E das bem temperadas.

Cotação (de 0 a 5): 1,0 – Azedou

Novo do Ladytron e Glass Candy em SP?

Posted in Al dente with tags , , , , on maio 13, 2008 by claesen

Quando você acha que a sua vida está tão complicada a ponto de que se você fosse um virginiano organizaria seus problemas em ordem alfabética e separados por cores para tentar dar conta dos mesmos, uma luz brilha pra você.

Depois da faixa Black Cat ter vazado na internet há um mês, chega agora o primeiro single (oficial e que está à venda desde ontem) do novo álbum do Ladytron, Velocifero.

Sim, como já era previsto, espere menos electro e mais rock num clipe dirigido por Joseph Kahn (dos ótimos “We Are All Made Of Stars”, do Moby e “Cherry Lips”, do Garbage). A faixa abaixo chama-se Ghosts.

E se essa boa notícia não fosse suficiente, eis que os norte-americanos do Glass Candy, liderados pela DEUSA Ida No, anunciam em seu myspace duas datas com shows em São Paulo: 02 e 03 de outubro. Elas estão entre a passagem da banda por Tóquio e Marte (sic). Se eles enlouqueceram, logo saberemos.

O fato é que um vídeo sensacional do Ladytron e uma possível vinda de Glass a-banda-mais-deliciosa-do-ano Candy dão uma bela revigorada até em defuntos Claesens enterrados.

La alma porteña

Posted in Petiscos, Sugestão da casa with tags , on maio 11, 2008 by claesen

A guerra não vale a pena. Exemplo é a rivalidade, tacanha às vezes, que alguns brasileiros têm contra os argentinos e seu berço prateado. Ah, fingir que a vida é cor de rosa tampouco compensa. Os nascidos em Buenos Aires têm fama de ser difíceis de lidar e não fazem muita coisa para eliminá-la. O equilíbrio entre amor e ódio é o melhor: não deixemos que as desconfianças sejam maiores que a vontade de conhecer a cosmopolista capital argentina, que vem de uma fase bem complicada para outra mais brilhante.

Falaremos mais sobre BsAs nos próximos dias. Por ora, fica a dica da locação do filme Nove Rainhas (2000), de Fabián Bielinsky. A razão é que essa obra, a qual mostra um grupo de trapaceiros pouco espertos tentando aplicar um golpe, é sinal da volta de boas produções no cinema feito no país. Envoltos em muitos panelaços e várias trocas de presidentes, eles tiraram um tempinho para criar boas opções cinematográficas. Entre o penta brasileiro na Copa e o bi argentino no Oscar na categoria de filme estrangeiro, Nove Rainhas serviu e serve como um bom convite para nosotros vermos de forma menos armada a cultura e o modus vivendi de nossos vizinhos (pernas de pau).

Sugestão do Dia: The Last Shadow Puppets

Posted in Sugestão da casa with tags , , , , on maio 8, 2008 by claesen

Ok, Madonna derrubou-os do topo da parada britânica de álbuns nesta semana.

Mas nada altera o fato de que The Age Of The Understatement, o primeiro single do álbum homônino do The Last Shadow Puppets, é uma das canções mais poderosas dos últimos tempos.

O Last Shadow é formado por Alex Turner (dos Arctic Monkeys) e Miles Kane (do The Rascals) e o projeto estava sendo aguardado há tempos, como todos já sabem.

Então, borae fazer o download das músicas e dizer o que vocês acharam?

O tempo passa e as impressões mudam, não?

Posted in Al dente with tags , , , on maio 7, 2008 by claesen

Há dez anos eu me horrorizava com Violência Gratuita, produção austríaca do diretor alemão Michael Haneke, numa sessão da Mostra de Cinema.

Incomodou-me a tal ponto que cheguei a pensar em sair da sala, tal qual senhoras judias fazem hoje quando caem de pára-quedas em sessões de filmes politicamente incorretos ou sexualizados demais para as chupadoras de balas de menta dos Jardins.

Hoje, meus horizontes se abriram, e é possível que eu não fique nada desconfortável quando vir Funny Games, remake da mesma história, dirigido pelo próprio Haneke, mas agora com produção americana.

Naomi Watts (uma Nicole Kidman com escolhas menos desastrosas) e Michael Pitt (que tem se especializado em papéis controversos) encabeçam o elenco desse filme que conta a história de um casal (Watts e Tim Roth) com um filho pequeno que recebem a visita de dois jovens (Pitt e Brad Corbet), os quais propõem um jogo perigoso, sádico e com um fim imprevisível.

Depois de várias vezes adiada, agora a data é 19 de setembro para conferirmos se Michael Haneke (de Caché e A Professora de Piano) doura a pílula quando a produção envolve cifras mais altas ou se era este blogueiro que tinha estômago deveras sensível quando mais jovem.

Guillemots mostra Ian McKellen para um novo público

Posted in Al dente, Petiscos, Sugestão da casa with tags , , on maio 5, 2008 by claesen

Mais uma vez eu misturo cinema com música. Eita, isso está virando vício! rs

Se você achava Sir Ian McKellen um tanto sumido (seus últimos filmes foram O Código da Vinci e X-Men, ambos de 2006) é só botar na MTV. É isso mesmo. O rei dos palcos ingleses, famoso pelos seus personagens shakespearianos, agora também na versão videoclipe.

Os britânicos indies do Guillemots acabam de lançar seu segundo álbum, Red. O segundo single é este, Falling Out Of Reach. Música bacaninha e tranquila, bem diferente da anterior, a sexy e animada Get Over It.

Boa oportunidade para matar a saudade de Sir Ian, enquanto ele não volta às telas no aguadado The Hobbit, prometido para 2010.

Aliás, atores famosos fazendo pontas ou protagonizando videoclipes inteiros não é nenhuma novidade. Na próxima semana farei uma lista com os 10 melhores. E você pode me ajudar. Qual o videoclipe com um famoso que mais te marcou?

Madonna e Woody Allen. Tudo em comum?

Posted in A la carte with tags , , , , on maio 4, 2008 by claesen

Está em cartaz, no Brasil, o mais recente filme de Woody Allen, O Sonho de Cassandra. Está nas lojas, do mundo todo, o mais recente álbum de Madonna, Hard Candy. Acabei de ver o filme, e percebi que este trabalho aproxima a visão que tenho desses dois artitas. Estranho? Vejamos…

Muita coisa se falou sobre o álbum da loira milionária nas últimas semanas. Confesso que esperei por algo terrível quando Madonna juntou-se a Timbaland, Pharrel Williams e Justin Timberlake (os reis da Billboard e do pop fácil) para produzir este cd. Confesso também que depois de um tempo eu já não esperava mais nada e, de tanto martelarem este assunto, o que eu queria mesmo é que Madonna fosse mandada para a lua e voltasse daqui há uns dez anos. Mas Madonna não foi. E o assunto em todos os lugares é Hard Candy.

Assim como Woody, a mãe da Lourdes Maria teve uma carreira meteórica e atingiu o topo bastante cedo. Conseguiu a maior vendagem de sua carreira com um álbum de estúdio logo com o 3º, True Blue (1986). Woody ganhou o Oscar ainda na década de 70, com Annie Hall. Ambos produziram muitas coisas bacanas depois, com altos e baixos.

Hard Candy, assim como o filme novo do Woody, tem vários elementos para dar certo. Tem a presença de profissionais competentes, é sofisticado, é um produto de “griffe” enfim.

Ao contrário do que muita gente (incluindo este blogueiro) achava, Madonna não ficou descaracterizada neste novo trabalho. Assim como antes do primeiro Woody Allen em Londres (Match Point) pensávamos que “todo Woody Allen TEM que ser em Nova York”, a loira não ficou menos pop, trabalhando com os reis da black music e do hip hop.

Hard Candy parece uma continuação natural de seus trabalhos anteriores, se virmos pela perspectiva de que Madonna sempre quer se reinventar. Se analisarmos pela ótica de que ela gosta de inovar, de trazer produtores novos para a cena musical, aí sim, veríamos uma incoerência, uma vez que ela preferiu nomes consagrados para se cercar.

Seu 11º álbum de estúdio soa black music, mas também soa dance, soa pop, soa Madonna, enfim.
Algum jornalista disse que a participação de Justin Timberlake, se compararmos o cd a um filme, seria como se ele tivesse feito uma ponta. Mas onde estava escrito de que esse era um álbum de duetos a la Simone e Zélia Duncan? Não. Este é um álbum de Madonna com seus colaboradores. E Justin cumpre muito bem o seu papel de coadjuvante. É acompanhada por ele, aliás, que ela tem dois dos melhores momentos do álbum: 4 Minutes e Dance Tonight.

Lembro-me de declarações dos senhores Justin e Timbaland dizendo que dariam uma roupagem black ao cd, mas que o mesmo seria bastante anos 80, remetendo à primeira fase da loira. E é isso que temos na já mencionada Dance Tonight, em She’s Not Me (que carece de um refrão forte), em Heartbeat (séria candidata à música do ano, a qual eu reproduzo aqui embaixo) e em Give It 2 Me (um dos pontos fracos do cd). Esta última lembra os lados B grudentos que Madonna cantava, algo como Jimmy Jimmy (de True Blue, 86) ou para citarmos algo mais recente, Amazing (de Music, 00). Um pena saber que ela será o próximo single a ser lançado.

Incredible, a faixa 7, é impossível de ser ouvida inteira. Antes encarar uma tortura S&M por 3 horas seguidas com o mais impiedoso dos mestres do que ouvir os seis minutos desta catástrofe. Não sei onde Madonna quis chegar com a mesma, mas fato é que não chegou.

Apenas uma balada integra o cd. Devil Wouldn’t Recognize You é o tipo de canção que me faz lembrar porque eu não gosto de Mariahs, Celines e Whitneys. É verdade que Madonna tem uma Crazy For You no seu caminho, mas geralmente suas baladas são cool, sem gritarias, sofisticadas, tão interessantes que quase não são baladas! (Ok, meu lado romântico não é lá muito desenvolvido, minha gente).

No final, é isso. Hard Candy não é nenhum Manhattan ou A Rosa Púrpura do Cairo, mas é um trabalho que faz sentido e prova que Woody Allen, ops, Madonna, ainda está em forma.

Cotação (0 a 5): 4,0 – Petit four

PS: Este post foi escrito por livre e espontânea PRESSÃO de Welton Trindade. A pessoa mais obcecada por Madonna que já se teve notícia no globo. Parece que só nos fiordes islandeses existe um fã que rivaliza com ele. Mas é tão frio, mas tão frio por lá que a coleção de centenas de cds que o islandês possui precisa ser aquecida por 23 focas que se revezam sentando 24 horas por dia em cima dos mesmos a fim de aquecê-los. E como a matança de focas está em alta… É, Welton, acho que a sua coleção está melhor guardada… rs

CSS sucks!

Posted in Al dente with tags , , on maio 2, 2008 by claesen

Então, todos já souberam: Cansei de Ser Sexy, ou simplesmente CSS, lançou single novo, Rat Is Dead (Rage), o qual aparece aqui no final, ainda sem o vídeo da canção.

Sim, todos já comentaram: os moderninhos paulistanos que conquistaram o mundo têm álbum novo na praça a partir de julho, chamado Donkey.

Ok, todos já entenderam: eles eram um sexteto e viraram um quinteto. Eles faziam electro e o novo disco, a julgar pelo primeiro single, agora é rock.

Pois bem, vamos combinar uma coisa? Por mais incoerente que isso possa parecer, uma vez que me colocam na tribo dos “moderninhos”, apenas uma frase: Cansei do Cansei. Next.